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A Moda e a Sociedade

O desejo constante de parecer atraente e incluído faz com que as pessoas dêem demasiada importância àquilo que usam. Daqui resulta a procura constante de novidade, tanto no Look, como no corte do cabelo ou no uso de acessórios. A questão da moda faz com que muitas pessoas caiam em extremos: Uns são autênticos escravos, atentos a tudo o que é novidade, e mesmo sentindo-se visivelmente mal dentro do que usam, obedecem estritamente a todos os ditames da moda; outros, ao contrário, permanecem ridiculamente fiéis à moda do seu tempo, não se adaptando a padrões mais modernos.
O problema da moda reside nessa falta de liberdade assumida pelas próprias pessoas; a falta de liberdade em escolher o que se veste.
Todavia, ainda se nota, entre os mais teimosos, uma obediência cega a padrões aberrantes, originados pelos padrões da moda ou, como na maioria das vezes, emanados do estrangeiro. É assim que a população perde a sua identidade, despojando-se dos seus usos, costumes e estilo próprio, passando a imitar outros que nada têm a ver com a sua cultura.

Alguns até precisam da moda como um meio de afirmação para mostrarem que estão bem integrados socialmente. A estrita obediência aos padrões impostos demonstra que o indivíduo está atento, bem informado e tem poder de compra. O que as pessoas usam representa realmente o que elas são e como se sentem em relação a si mesmas. O Look transmite um recado. Pode comunicar sobriedade, estabilidade interior, moralidade; ou pode transmitir uma idéia de insatisfação.
O conformismo de grupo faz com que muita gente, especialmente jovens, percam a sua independência e individualidade, e na ânsia de se identificarem com determinados grupos sociais, passam a usar penteados, roupas e símbolos que nada têm a ver com a sua personalidade.

Porque, afinal,
‘a moda é o processo pelo qual uma coisa que hoje está atualizada, amanhã deixa de o estar; e o que ontem era atual, hoje volta outra vez a sê-lo.’. {Manuel Santos}